terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fala Mestre!

Parece que a voz de João Batista continua a ressoar em nossos ouvidos: Endireitai o caminho do Senhor!
É necessário ir ao deserto, deserto com Ele, e deixar que Ele nos fale ao coração. Talvez possa chamar isso de oração-intimidade.
Acredito eu que no deserto ouviremos novamente “Endireitai o caminho do Senhor.” Tornai planas suas veredas, mudai de vida, tomai nova reta. Tornemo-nos profetas, profetas do tempo presente que urge e não volta atrás.
Tomemos consciência da profundidade do deserto-lugar da escuta, do silêncio, da presença, presença do Amado que nem sempre é amado. Deserto, lugar da solidão povoada. Deserto lugar da oração.
Mas o que é mesmo oração? Oração é olhar Nele, para socorrer os olhos dos outros. Oração é necessidade de amor. É vida!
Quantos caminhos com direção contrária, vocações mal vividas, experiências frustradas, testemunhos falsos. Talvez não foram  discernidas em desertos e oração.
 Oxalá todos nós tivéssemos um pouco de João Batista – O precursor. Homem que preparou os caminhos do Senhor e apontou de fato o cordeiro. Homem que descobriu o Senhor que o visitou e o serviu quando ainda estava no ventre de sua mãe.
Quando descobrimos o Senhor na intimidade, somos impulsionados por Ele mesmo a estabelecer mudanças em nosso caminho. Descobriremos assim nossa vocação e vamos a partir dela fazer de nossa vida um ato de fé, serviço à humanidade.
Morreu pela verdade e não temeu ir até o fim. Seu sangue derramado pode ser fonte de vida para nós, se de fato queremos ir até o fim na construção do reino que já se encontra em nosso meio.  Ou ainda melhor... Está dentro de nós!
Olhemos, olhemos em nosso interior, no deserto de nossa existência, lugar do maior encontro com Ele, o Amado que não é amado, repito. Façamos O amado, amemos O profundamente e vamos com Ele, por Ele e Nele, enfrentar as feras e a sede ferrenha do deserto de nossa alma.
Ao encontrarmos, façamos com Ele diálogo, mas aproveitemos para escutar lhe, mais do que falar. Façamos com Ele um colóquio de amor, tão radical que nos impulsione a endireitar o caminho, mudar a rota e orientar a outros que clamam solitários em seus desertos.
Talvez possamos pensar que é fácil ser orante, tecer com o Amado relação, estabelecer amizade constante e prosseguir nas noites da vida. Até ao ponto de dar a vida, o sangue.
Hoje a decisão é dar se dia a dia, comprometer com o exercício à unidade. Unidade conosco, com os outros e com Ele, o Senhor Amado, o cordeiro apontado por João. Assim quem sabe de verdade deixaremos espaço para que Ele cresça e diminuamos nós com nossas vaidades e infidelidades frente ao amor libertador.
Ana Maria Scarabelli
Professora de História da Educação


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