Tudo em minha vida é graça de Deus. Bondade dele. Nasci no muni-cípio de Imbé de Minas, no dia 31 de agosto de 1973, filho de Joaquim e Con-ceição. Tenho três irmãos e duas irmãs. Às vezes fico me perguntando: Como Deus me encontrou? Só ia a missa uma vez por mês com minha tia, porque era muito longe e tínhamos que ir a pé, andando 20 km, isto é, somando a ida com a volta.
Padre Luiz Ernesto, na época, foi o inspirador simbólico de minha vocação. Vendo aquele padre idoso e dedicado, comecei a pensar em ser padre. Até brinquei de ser padre quando criança.
Em minha cabeça de criança, o modelo de padre era outro, a verdade estava envolta no mistério. Um cami-nho longo e árduo. Arrisquei muito. Escrevi algumas cartas, sem que meus pais soubessem, para o padre Geraldo, de Inhapim, mas não obtive resposta. Para meu pai eu não poderia ser padre, primeiro porque não tinha dinheiro para custear meus estudos e, segundo, por ser o filho mais velho que já o ajudava na lavoura.
Enfim, no ano de 1987, o saudoso padre Othon Fernandes Loures me acolheu em Ubaporanga, onde conclui o curso do Ensino Fundamental, de-pois fui para a comunidade vocacional da Catedral, para cursar o Ensino Médio, sendo acompanhado no dis-cernimento vocacional por Monse-nhor Raul Motta de Oliveira. No ano de 1994, entrei para o Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, de Caratinga, para cursar filosofia e teologia. Após uma caminhada de 16 anos de estudos e discernimento vocacional, fui ordenado padre.
Você não imagina o quanto fui provado e agraciado pelo amor de Deus. Muitas vezes pensei em desistir. Caí muitas vezes. Mas em todas essas quedas aprendi que a graça de Deus nunca me faltou. Mesmo sendo pobre, nada me faltou.
Hoje sou muito feliz. Gosto de ser padre. Amo o que faço. As dificulda-des continuam, mas a graça de Deus é muito maior.
Pe. Ademilson Tadeu Quirino
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